
Em uma xícara de café, sabores, aromas e ciência enalteceram a experiência sensorial de participantes da “degustação guiada de Cafés Robustas: Notas Amazônicas”, promovida pelo Sebrae Roraima, Embrapas de Roraima e Rondônia neste sábado (6), na Macchiato Café, no Centro de Boa Vista.
A atividade integrou a programação do evento e contou com a parceria da Faperr (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado) e da UFRR (Universidade Federal de Roraima). A proposta foi mostrar o potencial amazônico na produção de cafés robustas em comunidades tradicionais e de produtores da agricultura familiar, com apoio de pesquisadores da Embrapa de Rondônia.
Seis perfis de cafés percorreram os paladares de quem se propôs a sentir as peculiaridades de cada grão, variando de naturais a fermentados, com notas diferentes de aromas e sabores. Uns mais intensos, outros remetentes a frutas e ervas. Outro ponto alto foi o chá, ou infusão, da casca do café fino, acompanhado de biscoito feito da farinha da casca do café fino.
Henrique Alves está à frente das pesquisas pela Embrapa Rondônia, ele falou sobre a presença de ciência e tecnologia em cada xícara de café.
Estamos apresentado cafés novos, os Robustas Amazônicos que tiveram origem na África, mas se diferenciaram no centro Amazônico que é um terroir reconhecido em 2021 como a primeira indicação geográfica para os cafés robustas sustentáveis do mundo.Destacou.
Os cafés robusta possuem características distintas de outros grãos produzidos no Brasil. “Trouxemos um café produzido pela Comunidade Indígena Surui que ano passado ganhou uma nota de 100 pontos. Viemos mostrar toda a importância social, econômica e de sustentabilidade que existe na cadeia de produção dos cafés robusta finos”, complementou o pesquisador.
A primeira barista indígena é da etnia mencionada por Alves. A Celeste Surui conhece os processos de cultivo de café desde pequena, mas há quatro anos decidiu estudar e levar o café robusta a conhecimento além das divisas de Rondônia e da região.
“Meu povo sempre trabalhou com café e desde 2022 temos parceria com a empresa Três Corações no projeto Tribos e desde então sempre ganhávamos premiações por nossos cafés e vi que faltava uma pessoa para representar nosso povo, falar do café, da nossa realidade porque as pessoas precisam saber da realidade indígena e hoje uso o café para ser a voz do meu povo”, explicou Celeste um dos motivos em seguir neste ramo.
O local escolhido para esta degustação é uma conhecida casa de cafés de Roraima, a Macchiato, sob o comando de Renata Albuquerque. Além de empresária, a anfitriã é apaixonada por café e falou da experiência em receber cafés especiais da Amazônia.
“A gente precisa valorizar os produtos da nossa Amazônia. O café tem essa ligação, consegue unir as pessoas, ele tem uma ciência, um estudo, uma cadeia produtiva que é importante valorizar”, falou.
Segundo Renata, todos os anos, em Belo Horizonte (MG), na Semana Internacional do Café, os produtos rondonienses são referência nas robustas amazônicas. “E o Sebrae, trazendo essa experiência pra gente, agrega muito, no sentido de que estamos aprendendo e o Macchiato, uma casa de cafés, quer essa experiência, esse conhecimento e gosto sempre de frisar que o Macchiato vem para ‘cafequizar’ as pessoas”, declarou Renata.
