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O Amazontech 2025 abriu espaço para que o empreendedorismo amazônico fosse além da vitrine. Durante o evento, o Sebrae Roraima promoveu uma rodada de negócios nacional, reunindo mais de 50 expositores da região Norte com dez compradores vindos de diferentes estados brasileiros. A iniciativa aproximou produtores de alimentos, bebidas, cosméticos e representantes de produtos com indicação geográfica reconhecida de potenciais parceiros comerciais, criando oportunidades de ampliar mercados e fortalecer a economia regional.
De acordo com Lucas Wolkartte, gerente da Unidade de Inovação do Sebrae Roraima, o objetivo foi transformar o Amazontech em um espaço que também gere resultados concretos para os empresários.
“Estamos realizando a rodada de negócios nacional dentro do evento para que, além da exposição, os empreendedores possam se conectar com compradores de várias regiões do Brasil. Trouxemos dez compradores nacionais e temos mais de 50 empresas participando, em agendas que se estendem das 8h até o meio-dia. É uma grande oportunidade para que aumentem o faturamento e ampliem a perspectiva de novos negócios em mercados que talvez não atingissem sem essa ação”, afirmou.
Ele destacou ainda que todos os estados da região Norte estão representados. “Temos empresários de alimentos, bebidas e cosméticos de toda a região, além das indicações geográficas, que trazem um diferencial importante. Esses produtos carregam identidade, tradição e selo de qualidade, fortalecendo ainda mais sua presença em novos mercados”, completou.
Para os produtores, a rodada representou a chance de romper barreiras logísticas e comerciais que ainda limitam a expansão de muitos negócios amazônicos. Suel Diniz, presidente da associação de produtores de abacaxi de Porto Grande, no Amapá, viajou a Roraima com o objetivo de abrir novos horizontes para 38 famílias que vivem da fruticultura.
“Esse evento contribui para a valorização e reconhecimento dos produtos da Amazônia. Nosso abacaxi, agora com indicação geográfica, tem sabor diferenciado e pode conquistar novos mercados. No nosso estado, a produção muitas vezes é maior que o consumo, e essa rodada abre oportunidade para vender com melhor preço e qualidade. Ganha o produtor e ganha o consumidor, que passa a ter acesso a um produto natural e de alto valor agregado”, explicou.
A presença de indicações geográficas reforçou a singularidade dos produtos apresentados. Para o Sebrae, essas certificações não apenas protegem tradições locais como também ampliam a competitividade no mercado. A combinação entre qualidade, autenticidade e sustentabilidade desponta como vantagem estratégica no cenário nacional e internacional.
A empresária Luciana Otas, representante da Fino Sabor, do Amazonas, destacou o protagonismo de produtos típicos da região como açaí e cupuaçu. “Queremos mostrar nossa riqueza para outros mercados. Muitas vezes consumimos produtos que vêm de fora e esquecemos os nossos, que são naturais, sem conservantes e ricos em nutrientes. Esse evento ajuda a reposicionar esses alimentos e a levar para fora o que temos de melhor”, disse.
Empresários de outros estados reconhecem o potencial amazônico
Além de fortalecer os empreendedores locais, a rodada de negócios do Amazontech 2025 atraiu empresas de fora da região, interessadas em conhecer de perto os diferenciais da produção amazônica. Anderson Zotelli, CEO da Novoeste Representações, de São Paulo, ressaltou que os produtos têm apelo crescente no mercado internacional.
Meu público é seleto, porque trabalhamos com exportação de alimentos e bebidas. Quanto maior a exclusividade e a qualidade, maior é a procura. Aqui encontramos cafés, farinhas e outros produtos que têm valor agregado muito grande fora do Brasil. São itens com identidade própria, que despertam atenção imediata.Afirmou.
As negociações realizadas durante o encontro revelam que o potencial amazônico vai muito além do extrativismo. O setor de alimentos e bebidas, por exemplo, combina tradição, inovação e sustentabilidade, com produtos que podem ocupar nichos de mercado de alto valor. Ao mesmo tempo, os cosméticos da região, produzidos com matérias-primas nativas, ganham espaço no consumo consciente e na busca por autenticidade.
O evento fortalece a rede de empreendedores, valoriza o conhecimento tradicional e abre portas para que produtos amazônicos circulem em prateleiras nacionais e internacionais. Mais que um espaço de exposição, o Amazontech 2025 reafirma sua vocação de ser um catalisador de negócios e de oportunidades para o futuro econômico da Amazônia.
