
No primeiro dia de sua programação, o Amazontech 2025 sediou uma palestra especial para um público seleto de conselheiros e dirigentes de instituições públicas. Com o tema “Governança Corporativa e Sustentabilidade”, o evento recebeu a consultora e especialista Vanessa Pinsky, membro da Comissão Sustentabilidade e Clima do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). O debate aprofundou como a governança, a bioeconomia e as práticas sustentáveis são essenciais para o futuro dos negócios e do desenvolvimento na Amazônia.
O encontro reafirmou o papel do Sebrae na capacitação de sua alta gestão e de seus parceiros, mostrando que a busca por melhores práticas de governança é central para a missão da instituição de impulsionar o empreendedorismo na região.
Governança como pilar estratégico
A pauta da governança foi introduzida como um tema de alta relevância para as organizações que atuam na Amazônia. Silvio de Carvalho, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Roraima (CDE), destacou a importância de trazer uma especialista para um público de alto nível. “É uma especialista que veio falar com nossos conselheiros do CDE Roraima e convidados especiais. É isso, que nós estamos fazendo aqui, passando uma informação de alto nível às pessoas que compõem o nosso conselho, altamente competentes”, afirmou.
Emerson Baú, diretor superintendente do Sebrae Roraima, explicou o conceito de forma prática, conectando-o diretamente à missão da Instituição.
“A governança é a forma de se fazer e fazer as entregas para a sociedade. O CDE é o órgão que regulamenta as estratégias do Sebrae e monitora nossa execução. A capacitação e a preparação dos conselheiros é uma maneira que o CDE tem de organizar e fazer uma melhor gestão sobre as execuções das ações do Sebrae.”
Para Adailton Fernandes, presidente da Desenvolve RR, a governança é um critério de ordem essencial para a sustentabilidade.
“É muito importante a governança corporativa ser abordada para que esse tema seja sempre difundido no mundo dos negócios e das relações comerciais. É um tema essencial para a correta aplicação dos recursos públicos e, principalmente, a prestação de contas.”
Visão de futuro e sustentabilidade
A especialista Vanessa Pinsky aprofundou a discussão, destacando a interconexão entre a governança e o futuro da Amazônia. Ela reforçou que um bom sistema de governança, com foco em integridade, sustentabilidade e responsabilização, gera uma melhor gestão que beneficia a sociedade como um todo. Essa abordagem requer que conselhos e dirigentes tenham uma visão sistêmica sobre a interdependência entre as empresas e os ecossistemas social, ambiental e econômico.
Segundo a especialista, o Brasil é o país mais biodiverso do planeta, e a bioeconomia se apresenta como uma abordagem estratégica para o seu desenvolvimento. Como um modelo de produção e economia baseado no uso sustentável dos recursos naturais e na valorização de conhecimentos tradicionais e científicos, a bioeconomia é a chave para o futuro.
“Fomentar uma bioeconomia inclusiva na Amazônia demanda políticas públicas e estratégias de negócios que coloquem a conservação ambiental, a geração de emprego e renda e o bem-estar das comunidades no centro da tomada de decisão. Essa abordagem requer o envolvimento de atores públicos e privados na cocriação de soluções em áreas como agricultura regenerativa e extrativismo sustentável, tudo ancorado por uma repartição justa de benefícios.”
A visão de que a governança é um dos pilares do desenvolvimento sustentável foi reforçada por Paulo Xavier, conselheiro no CDE Acre.
“A governança é um dos pilares do desenvolvimento sustentável. Quando falamos de governança, falamos da parte social, ambiental e econômica. Precisamos estar preparados para entender esse nosso cenário amazônico, fazendo com que nossa governança traga resultados sustentáveis.”
O papel da governança na prática
O debate demonstrou que a governança não é apenas um conceito teórico, mas uma prática vital para a competitividade e a resiliência das empresas na nova economia. Almecir Câmara, superintendente do Sesi, ressaltou a importância de trazer o tema para a realidade local.
“A governança em si é muito importante para o bom andamento dos trabalhos. E a gente trazer isso aqui para a Amazônia, para o Sebrae e para as demais instituições, é de muita importância. Agrega muito no trabalho que vem sendo desenvolvido, na melhoria do serviço prestado para os pequenos negócios e para o desenvolvimento do nosso estado e da nossa região.”
A especialista Vanessa Pinsky destacou que a governança e os negócios na bioeconomia estão sistemicamente conectados, pois lidam com a necessidade de redesenhar modelos de negócios com foco em novas oportunidades e competitividade.
“Governança e negócios na bioeconomia são sistemicamente conectados, pois lidam com a necessidade de redesenhar modelos de negócios com foco em novas oportunidades, competitividade e resiliência, alinhando sustentabilidade com estratégia de longo prazo. Conselheiros que não incluírem essa agenda correm o risco de perder relevância de mercado e legitimidade social no médio e longo prazo.”
A palestra mostrou que a bioeconomia deve ser pauta recorrente nos conselhos de empresas que atuam na Amazônia, pois é papel do conselheiro avaliar a viabilidade de novos modelos de negócio com uma visão integrada de conservação ambiental, capacitação técnica de comunidades locais e investimento em ciência.
José Geraldo Ticinelli, reitor da UFRR, encerrou o tema ressaltando a conexão da academia com o propósito.
A Universidade Federal de Roraima receber o Amazontech é um ato muito simbólico. É uma universidade geradora de conhecimento, ela produz boas práticas e governança é isso: a boa prática das instituições para que elas possam gerenciar bem, planejar bem, ser eficientes nas suas ações e, principalmente, responder às expectativas da sociedade.
O debate demonstrou que, ao compreender o potencial transformador da bioeconomia, os agentes de governança podem impulsionar negócios regenerativos que geram valor compartilhado a partir da conservação da natureza. Mais do que uma tendência, trata-se de uma abordagem estratégica para promover mudanças sistêmicas nos territórios, onde lucro, competitividade e propósito caminham juntos.
Sobre o Amazontech
O Amazontech 2025 é uma realização do Sebrae Nacional, Sebraes da Amazônia Legal, Sebrae Roraima, Fundação de Amparo à Pesquisa de Roraima (Faperr), Embrapa e Universidade Federal de Roraima (UFRR). O evento conta com o patrocínio do Governo de Roraima, Eneva, Caixa Econômica, Finep – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ZEG, Neria, Sistema CNA/Faerr/Senar, Prefeitura de Boa Vista, além do apoio da GAO Tech, Trashin, Treeback, Embrapii, Caer e Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Para mais informações sobre a programação do Amazontech, acesse https://amazontech.rr.sebrae.com.br/ e acompanhe o @sebrae.roraima no Instagram.
