
O Sebrae Roraima e a FIER (Federação das Indústrias de Roraima) apresentaram projeto sobre crédito de carbono desenvolvido pela empresa Dimitra Carbon a empresários e produtores, durante reunião na programação do Amazontech 2025.
O encontro teve a finalidade de proporcionar o entendimento, benefícios e retornos para quem produz, bem como consumir os carbonos emitidos em áreas preservadas pela agricultura familiar que, por Lei, devem resguardar 80% da mata nativa.
A proposta do projeto é promover a interação entre a indústria e os produtores da agricultura familiar, principalmente detentores de áreas regularizadas. Na apresentação feita para a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e representantes da Coopercinco, Cooperhorta e Roraimel, os participantes conheceram mais sobre a empresa, os trabalhos desenvolvimento e o papel de cada um deles no processo de redução de emissão de carbono para atmosfera de maneira limpa e sustentável.
Entre os exemplos, o Sebrae Roraima seria o parceiro estratégico para capacitação dos produtores, disseminação de informações sobre práticas sustentáveis. A FIER seria o elo com as indústrias, e as indústrias investiriam no projeto para incentivar os produtores rurais a viabilizarem o levantamento dos dados necessários para geração dos créditos de carbono. Já os produtores seriam responsáveis em garantir as práticas sustentáveis e a continuidade do benefício.
O diretor superintendente do Sebrae Roraima, Emerson Baú, acompanhou a mostra do projeto e defendeu as boas práticas sustentáveis e o trabalho da Empresa junto às famílias do campo.
“Estamos iniciando essas tratativas em parceria com a FIER e FAERR, fomos convidados a participar no sentido de capacitar e preparar os produtores a trabalharem essa questão da organização das suas propriedades. Considero sempre a importância, como destaque, nós temos projetos de valorização de ativos ambientais onde a gente consegue valorar e valorizar a natureza para mantê-la do jeito que está”, explicou Baú.
Assim como Baú, a superintendente da FIER, Almecir Câmara, demonstrou satisfação em intermediar este encontro.
A gente entende que um projeto como esse não anda sozinho, nós precisamos do produtor rural, das áreas, para gerar esse crédito de carbono. Entendemos que é uma parceria onde ganha o produtor rural naquela área em que ele já tem a obrigação de preservar e ele pode gerar o crédito de carbono.Disse.

Mas como financiar um projeto de carbono? A empresa responsável possui uma plataforma onde insere as informações da medicação de carbono captada por tecnologia.
A indústria entra financiando essa tecnologia para o produtor rural e, no final, quando o crédito for gerado, esse valor vai para indústria que está patrocinando esse projeto.Explicou Almecir.
Com isso, acrescentou, “a indústria passa a ser reconhecida como ambientalmente sustentável”.
Apresentar o projeto a Anfavea tem um motivo. As indústrias automobilísticas são responsáveis pela emissão de toneladas de poluentes no ar. “Eu creio que é um projeto que já nasce de maneira correta, porque nós estamos fazendo essa relação ser construída de uma forma muito transparente e ética”, concluiu a superintendente da FIER.
Segundo o diretor da Dimitra Carbon, Carlos Ribeiro, a ideia é junto ao Sebrae Roraima e a FIER fazer um levantamento em Roraima da capacidade de estoque de carbono com os produtores que, possivelmente, participarão do projeto, e oferecer às indústrias nacionais e internacionais para compensação das emissões de gás de efeito estufa.
A expectativa para o Estado é excelente porque a gente vai conseguir trazer recursos e gerar receita para o pequeno produtor rural e que está ali fazendo as atividades de forma sustentável integrando isso com a indústria local que tem essa necessidade de compensar os seus gases.Comentou.
O trabalho funcionará da seguinte maneira: a indústria emitirá informações sobre a emissão de créditos, assim como os produtores. Com os dados, mostrar a comunidade a compensação gerada. Além de receber por isso, o agricultor conhecerá novas formas de manejo sustentável de produção.
O presidente da Anfavea, Igor Calvete, destacou a importância em conhecer mais projetos voltados a sustentabilidade e preservação ambiental. “Olha, esse projeto apresentado pela Federação, o Sebrae e outros parceiros, traz uma visão que a indústria precisa no médio prazo que é gerar crédito de carbono para compensar as suas emissões. Nesse sentido, nós estamos avaliando vários projetos no Brasil de forma a dar as empresas que estão situadas no Brasil mais opções, sobretudo aquelas sustentáveis que promovam essa modificação da indústria global”, comentou.

A pressão para o desenvolvimento de projetos de sustentabilidades, contou Calvete, é grande em todo o Mundo.
Quando tem um projeto bom que envolva produtores, inovação e geração de crédito para o produtor e para aquele que consome, isso é ótimo. Então, estamos avaliando e acho que há um caminho bom.Frisou.
Na ponta, o presidente da Roraimel, Josias Rufino, aprovou a iniciativa. “É muito interessante, até porque a gente tem muitas áreas já preservadas que não sabe como aproveitar. E uma oportunidade dessa de negócio é excelente para toda a categoria, não só para o produtor, mas para todas as cooperativas também”, reforçou.
