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Durante o Inova Amazônia Summit 2025, em Macapá, está a empreendedora Eliana Furtado, com os produtos da sua empresa, Savana Amazônica. Atrás dos sabonetes, cremes e shampoos à base de extratos naturais, uma história de pesquisa por uma planta antes esquecida.
Eliana é bióloga, mestre em recursos naturais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), e fundadora de uma startup promissora da nova safra amazônica de bioeconomia. Sua empresa é uma deep tech (categoria de negócio que nasce diretamente da ciência). E sua matéria-prima é uma planta nativa das savanas de Roraima, considerada por muitos como “inútil”.
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“Diziam que ela não servia para nada. E isso me incomodou”, conta Eliana, relembrando o dia em que, durante uma coleta de campo com seu aluno e hoje pesquisador Alex, encontrou o vegetal em meio ao cerrado amazônico. Movida pela curiosidade científica e pela descrença na ideia de que a natureza criaria algo sem propósito, ela iniciou uma série de estudos que revelariam um potencial surpreendente.
Os primeiros resultados vieram com testes larvicidas. A planta demonstrou eficácia contra as larvas dos mosquitos Aedes aegypti e Culex, vetores de doenças como dengue e chikungunya. A pesquisa foi vencedora em um concurso nacional promovido pela Samsung e desde então Eliana não parou.
A virada empreendedora veio durante a pandemia. Isolada em casa, ela decidiu transformar a ciência em produto. Com o apoio de sua filha, química, e de um time multidisciplinar que inclui administradores, pesquisadores e até um profissional de educação física apaixonado por pesquisa, Eliana fundou oficialmente a Savana Amazônica em 11 de dezembro de 2023, impulsionada pelo edital do programa Inova Amazônia.
Os produtos da empresa são desenvolvidos artesanalmente a partir dos metabólitos da planta, extraídos com técnicas inspiradas em artigos científicos internacionais e adaptadas para manter a pureza e segurança dos compostos. O processo inclui secagem, desidratação e transformação dos extratos em formas glicólicas, aplicadas em cosméticos naturais como sabonetes, esfoliantes e cremes clareadores.
Nosso extrato ainda é produzido de forma artesanal. Precisamos de incentivo para adquirir maquinário, mas já conseguimos escalar
afirma Eliana.
Em menos de dois anos, a empresa já abastece 45 farmácias e drogarias, três casas de produtos naturais e dois supermercados em Roraima, além de ter firmado uma parceria comercial com a Bemol Farma, em Manaus.
No estande da Savana Amazônica em Macapá, Eliana não vende apenas produtos, mas amplia o olhar sobre a floresta e as savanas. “Meu maior objetivo aqui é fazer com que os amapaenses conheçam o poder do que temos na nossa terra”.
Além de expôr durante o evento, Eliana participou de uma rodada de negócios, apresentando seu produto para potenciais compradores, promovendo conexões de Roraima para todo o Brasil.
