
O Amazontech 2025 abriu espaço, neste sábado (6), para um encontro de aprendizado que aproximou diferentes gerações ligadas ao setor produtivo. O dia de campo realizado na Grameira Tanzânia, na zona rural de Boa Vista, reuniu cerca de 30 pessoas, entre produtores rurais, estudantes e professores, em uma imersão prática sobre manejo, organização da produção e experiências de integração entre diferentes culturas.
A atividade fez parte da programação oficial do evento, que ao longo de três dias mobiliza a capital de Roraima em torno da inovação, sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico. Em um ambiente de diálogo aberto, os participantes acompanharam de perto as rotinas da propriedade, trocaram impressões e refletiram sobre soluções possíveis para os desafios cotidianos da agricultura.
Aprendizado estudantil
Além dos agricultores, estudantes de diferentes cursos participaram do dia de campo, reforçando a integração entre ensino, pesquisa e prática. Para muitos, a vivência foi uma oportunidade única de aplicar conceitos vistos em sala de aula.
Melissa Ivo, estudante de Zootecnia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), destacou que a experiência amplia a visão sobre o mercado de trabalho. “Na faculdade a gente aprende muita coisa na teoria, e vivenciar a prática e entender o funcionamento fica muito mais fácil de visualizar. Pretendo seguir na área de consultoria e esse manejo integrado é um aprendizado de como unir diversas técnicas e culturas dentro do mesmo sistema.”
Na mesma linha, Joyla Braga, estudante de Agronomia da Universidade Estadual de Roraima (UERR), ressaltou que a prática traz conteúdos que não aparecem em sala. “A prática é muito enriquecedora porque muda o segmento. Algumas situações a gente não vê na teoria, mas no campo aparecem. Isso traz um conhecimento muito além daquilo que temos em sala.”
O contato direto com o campo mostrou aos estudantes como o diálogo com os produtores enriquece o aprendizado e amplia a capacidade de aplicar soluções personalizadas.
Vozes do campo
Para os produtores, a expectativa foi de ampliar horizontes e aplicar novos aprendizados em suas áreas de cultivo. Manuel Edgar, agricultor de Caracaraí, ressaltou que a visita complementa sua trajetória. “O que eu espero levar daqui uma boa experiência para melhorar mais o nosso plantio. Comecei pela banana, mas hoje tenho açaí, cacau, laranja, limão, tangerina e mandioca. Espero levar conhecimento para aplicar nessas áreas.”
A pluralidade de experiências também esteve presente no relato de Betania Rodrigues, produtora de Rorainópolis e São Luiz municípios localizados em Roraima.
É bem importante a gente aprender, ver como está desenvolvendo esse sistema de pastejo. Ver o que está dando resultado e poder aplicar no nosso sistema é fundamental.
A produtora Nina Ribeiro destacou a necessidade de atualização constante para superar os desafios da atividade. Ela administra uma propriedade de 400 hectares e buscou no encontro novas soluções para o manejo. “Quero aprender sobre piquetes e silagem porque todo mundo está fazendo. A silagem pode diminuir o custo, porque se você não tem comida, não tem gado. Esse projeto do Amazontech permite aprender na prática como resolver esse problema de alimentação e aplicar na minha propriedade.”
O compartilhamento de experiências mostrou que a integração entre produtores, técnicos e professores permite construir soluções práticas alinhadas às diferentes realidades do campo.
