Um momento de descontração e ao mesmo tempo uma oportunidade para falar de negócios. Assim foi a 2ª Edição do Happy Hour Empreendedor do Sebrae, no dia 3 de novembro, no Edifício Airton Dias. Os empreendedores presentes tiveram a oportunidade de ouvir casos de sucesso, compartilhar as próprias histórias e trocar ideias.
Durante a abertura do evento, a diretora técnica do Sebrae/RR, Dorete Padilha, ressaltou a importância do empreendedorismo para a mudança da matriz econômica de Roraima e o papel do Sebrae nesse cenário.
“Roraima ao longo da história tem sua matriz econômica no funcionalismo público. Agora, aos poucos, temos conseguido mudar esse cenário com empresários que tem coragem de fazer de um sonho um grande negócio. O nosso propósito hoje é fazer com que esses empresários se conheçam, possam trocar uma ideia. Então, estamos vivendo um outro momento no nosso Estado, em que ele começa a ficar autossustentável. Estamos vendo o agronegócio dando aquele boom na economia local, Esse é um momento de se fortalecer. O Sebrae existe para apoiar, incentivar e capacitar para que os empreendedores se sintam em casa”, declarou.
O facilitador do Empretec e de vivências com foco no desenvolvimento humano, Bruno Simoni, apresentou um caso de sucesso do Instituto Sincorá, da Chapada Diamantina. O fundador do Instituto Sincorá é um empreendedor que foi trabalhar e morar em uma cidade pequena onde ele teve um grande desafio diretamente ligado ao lado profissional: a falta de escola de ensino médio no local. Os filhos dele estavam prestes a entrar no ensino médio e ele enxergou na dificuldade uma oportunidade de resolver esse problema.
“Estou trazendo o tema empreendedorismo e liderança e apresentando alguns cases de sucesso, onde demonstro a similaridade entre o empreendedor e o líder, a capacidade de mobilizar pessoas em prol de um objetivo e de um sonho. Ele entendeu que no mesmo local teriam pessoas com a mesma necessidade, identificou essas pessoas e fez um projeto e com a capacidade de mobilização, que é um dos pontos que eu vou trazer, ele conseguiu juntar pessoas em prol desse Instituto Sincorá, que começa a funcionar a partir de 2023. Ou seja, de uma dificuldade que ele tinha, ele conseguiu transformar isso em um objetivo e conseguiu trazer pessoas para junto dele”, destacou Simoni.
A empresária Marcela Botinelly compartilhou um pouco da história de empreendedorismo dela que começou em 2001 com a compra de uma escola de idiomas em falência. “Em 2001 eu dava aula de inglês no Yázigi, quando a escola faliu e os donos resolveram vender. Fiz uma proposta e comprei a escola. Me questionei se estava preparada para isso, uma escola que só dá prejuízo. Coloquei tudo na ponta do lápis pra saber quantos alunos eu precisava, o motivo pelo qual a escola estava dando prejuízo, quantos alunos
eu preciso para poder pagar essa dívida. Apliquei os conhecimentos que tinha como administradora de empresas, detectei os problemas, trabalhei na solução e em dois anos eu terminei de pagar pela escola”, contou a empresária.
Porém, a história de Marcela com o empreendedorismo não parou por aí. Desde então, ela já abriu mais quatro empresas no ramo da educação, alimentação e turismo.
“Minha mãe era funcionária pública e tinha uma empresa de chocolate, a Chocobom. Os negócios não estavam indo bem, então resolvi assumir a empresa por ela, organizei tudo e ela voltou a dar lucro. Meu terceiro empreendimento foi o Yázigi Kids. Quando resolvi abrir essa empresa, peguei o projeto da franquia que não tinha nenhuma unidade infantil em todo o Brasil. A de Boa Vista foi a primeira do País. Hoje o Yázigi Kids é o coração da escola”, lembrou.
Em 2014, Marcela começou a montar grupos de viagens com os alunos da escola de inglês e os levava para a Disney.
“Em 2018 eu tive uma parceria com um amigo de infância que emitia as passagens para mim. Nesse ano estava com um grupo de 28 pessoas, transferi o dinheiro para ele comprar as passagens, mas ele só conseguiu emitir 22. Para não deixar os meus clientes na mão, tive um prejuízo de R$ 60 mil para comprar as passagens que faltavam”, relatou.
Quando voltou da viagem, Marcela resolveu abrir a própria empresa de viagens para a Disney, foi quando ela criou a MagicTur Viagens, que hoje conta até com uma filial em Manaus.
“Em 2020 veio a pandemia e tudo fechou, foi uma época em que tive muito prejuízo, pois não podia abrir a escola, não podia viajar, foi quando eu abri o meu quarto empreendimento. Em sociedade com a Estácio, faculdade onde me formei em administração, abri um polo EAD na estrutura do Yázigi”, concluiu a empresária.
A empreendedora Tieny Gomes, dona da empresa Diarista BV, participou da 2ª Edição do Happy Hour Empreendedor e saiu de lá inspirada pelas histórias que ouviu.
“É muito bom poder ouvir a história de pessoas que assim como eu tiveram coragem de empreender. A minha empresa surgiu no meio da pandemia por uma necessidade de ajudar em casa, para complementar a renda familiar. Resolvi voltar a atuar no meu ramo, que é de diarista, serviço doméstico, um trabalho pelo qual eu sou apaixonada. Juntei o útil ao agradável, voltei a trabalhar, ajudei em casa e hoje estou com a minha empresa”, relatou.
Tieny ressaltou que o Sebrae foi fundamental no surgimento da Diarista BV.
“O Sebrae me ajudou a ter mais profissionalismo, mais técnica e conhecimento. Participar de um Happy Hour desses, ouvir histórias inspiradoras, poder compartilhar a minha história com outras pessoas me motiva a continuar empreendendo e fazendo a diferença onde eu vivo”, concluiu.