A 33º Feira Nacional de Artesanato, em Belo Horizonte, recebeu artesãos roraimenses que classificaram a experiência como um “momento de felicidade”.
Entre os dias 06 e 11 de dezembro, as empresas Jaty Galeria, Rota Norte e os artistas Isaías Miliano, Edinel Pereira e Jaime André, puderam expor seus produtos no evento, com o apoio do Sebrae/RR.
Conforme o analista técnico do Sebrae/RR, Willian Tihago Quirino, o Sebrae buscou promover maior visibilidade ao artesanato roraimense, por meio de exposição e comercialização, dando assim maior enfoque à cultura do estado, tanto em âmbito nacional, como em internacional.
“Para o Sebrae/RR, participar de um evento nacional com a oportunidade de apresentar os nomes de artistas locais que fazem a diferença na economia criativa, é de grande valia institucional e a nível regional, pois, desta forma, consegue-se divulgar a cultura e os valores de Roraima para todo o Brasil, e ainda, demonstrar que através dos negócios criativos, pode-se movimentar a economia e ampliar as parcerias estratégicas para o Estado”, disse.
Durante a Feira, o estande dos artistas roraimenses foi muito visitado pelo público e resultou em inúmeras vendas de produtos.
“Observou-se um grande interesse comercial do público-alvo da feira de artesanato, pelas peças e artefatos confeccionados pelos artistas/artesãos Roraimenses. Como imagem percebida, tivemos êxito em demonstrar que através dos projetos do Sebrae, é possível transformar vidas e os pequenos negócios”, acrescentou Willian.
REPRESENTATIVIDADE
O artesão Isaías Miliano trabalha na área há 35 anos e destacou que participar da Feira foi muito gratificante.
“Geralmente o artista enfrenta muita dificuldade, então precisamos dessa valorização. Em um momento como este, além de vender e fazer negócio, o artista consegue fazer troca de conhecimento, então isso é muito importante”, disse.
Isaías atua com entalhe de madeira e produz itens como mandala entalhada, quadros do Monte Roraima, máscara e gravata de parede e borduna indígena.
O artesão tem buscado colaborar no impacto social com reaproveitamento de resíduos descartados no meio urbano e natureza, como móveis usados, portas, janelas originadas da madeira cedro doce, muito comum e utilizada em Roraima.
Seus trabalhos estão presentes em produções de painéis, quadros, esculturas, objetos decorativos de vários tamanhos e biojoias com tema de grafismo rupestre inspirado nos sítios arqueológicos de Roraima e da Amazônia.
Outro artista que teve ótimas perspectivas após participar da Feira foi Edinel Pereira. Com mais de 30 anos de carreira, o artesão conheceu a arte ainda criança quando fazia os próprios brinquedos com itens que encontrava pelo chão.
Para ele, participar de um evento como este é uma oportunidade de aprender coisas novas que agregam à profissão.
“Há muito troca com outros artesãos e isso se torna aprendizado. Cada evento que participo, aprendo mais. Também consegui vender bastante e acredito que daqui para frente vou melhorar mais e vender mais ainda”, relatou.
Para a Feira, Isaías apresentou produtos como mandalas com pinturas regionais, lagartos de madeira de aproveitamento, cobras de cipó, ímãs regionais e sacolas ecológicas com arte rústica.
O indígena da etnia Macuxi, da região de Bonfim, Jaime André, apresentou na Feira obras-primas vindas da fibra de Arumã e da Balata, que é a resina da maçaranduba.
Jaime agradeceu ao Sebrae pelo apoio e disse que participar do evento foi uma grande oportunidade para mostrar o trabalho dele, feito há 27 anos.
“Essa é a minha única fonte de trabalho, então estou muito feliz em poder mostrar meu trabalho e ter feito uma grande venda”, pontuou.
Além dos artistas, Roraima também foi representado pela empresa Jaty Galeria que comercializa artes produzidas pelos povos tradicionais e originários da Amazônia Legal como cesto da etnia Wii, fruteira de cipó de arumã reforçada com cipó titica, cesto motohema com tampa, cestaria em arumã para luminária e luminária Wii.
Compondo o grupo expositor, também estava a empresa Rota Norte Viagens, que atua com roteiros turísticos para localidades indígenas e com a comercialização de peças de decoração e acessórios feitos de materiais como bambu, imbaúba, pedra de sabão e fibra de Arumã.
A FEIRA
Com o tema 200 anos da Revolução Industrial, a feira, promovida pelo Instituto Centro Cape, ocorreu no Expominas com uma área de 2.400 metros quadrados, 900 estandes e a participação estimada de 3.500 artesãos.
O espaço foi organizado em uma linha histórica que conta a história do homem por meio de suas ferramentas, começando com a pedra lascada (6.000 a.C.) e terminando em 2022.
A ideia foi apresentar como o artesanato ainda é importante para preparação dos protótipos de carros, motores, móveis e até foguetes.