
A programação do Amazontech 2025 começou nesta quinta-feira, 4 de setembro, e uma das atividades foi a visita de campo ao Campus Cauamé da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Produtores rurais, empresários do agronegócio, professores e estudantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto as áreas experimentais de produção vegetal e animal conduzidas pelo Centro de Ciências Agrárias (CCA). O encontro permitiu troca de experiências, atualização técnica e integração entre a universidade, produtores e empresários.
A atividade contemplou diferentes cultivos e práticas de manejo, entre eles pastagem solteira, integração lavoura pecuária (com milho, sorgo e girassol), sistema silvipastoril, capineira de capim Capiaçu, silagem, hortaliças, mandioca e aspargo. Também foram apresentados experimentos em soja, pitaya, eucalipto e no pomar didático, que despertou curiosidade e gerou discussões entre os visitantes. O professor Nauara Moura destacou que o objetivo foi mostrar a rotina do campus e aproximar os participantes da pesquisa aplicada.
“Os visitantes conheceram experimentos na área vegetal e também a parte de produção animal, com destaque para a formação de pastagens em diferentes etapas, capineira e silagem, recursos fundamentais diante do déficit alimentar do rebanho no segundo semestre do ano. Mostramos ainda as instalações do curral e uma área mecanizada, além das parcerias que permitem levar novas cultivares de gramíneas aos produtores do estado”, explicou o professor.
Tecnologia aplicada ao campo
A parceria entre a UFRR e a empresa Supera Agro foi apresentada durante a visita, mostrando como o conhecimento acadêmico pode chegar ao campo. O engenheiro agrônomo e produtor rural Humberto Beltrão ressaltou que a experiência proporcionou atualização e acesso a cultivares mais adaptadas às condições locais.
Conversei com professores e colegas, ouvi informações técnicas e já começo a planejar mudanças para minha propriedade. Conheci um cultivar menos exigente e mais rústico que pode se encaixar no meu sistema de produção no próximo ano.Afirmou.
Para Ítalo Wanderlei, representante da Supera Agro e ex-aluno da UFRR, a integração entre ensino, empresas e produtores representa um ganho para toda a cadeia produtiva. “O Sebrae faz esse papel de aproximar a tecnologia do produtor. Temos hoje materiais de capim adaptados para diferentes condições de fertilidade do solo. Posicionar a tecnologia certa no local correto garante desempenho produtivo e sustentabilidade. Quem ganha é o produtor e, consequentemente, o mercado”, disse.
A visita também contou com a participação ativa de acadêmicos de graduação e pós-graduação em agronomia. Para o doutorando Maurício Augusti, o evento reforça o papel da universidade como espaço de aprendizado e difusão de conhecimento. “Recebemos visitantes, trocamos informações e levamos um pouco do que estudamos para a sociedade. Essa contrapartida é fundamental”, avaliou.
A também doutoranda Iasmin Amancio destacou que a presença do Amazontech no CCA valoriza o esforço de anos de pesquisa e aproxima a comunidade da produção científica.
Estudamos e realizamos experimentos, mas o objetivo final é levar esses resultados para a comunidade. Mostrar as evoluções do mercado e da pesquisa é dar sentido ao nosso trabalho.Afirmou.
O Campus Cauamé, localizado a 15 quilômetros do centro de Boa Vista, ocupa cerca de 498 hectares de área de savana e abriga laboratórios, viveiros e áreas experimentais que apoiam o desenvolvimento da agropecuária em Roraima. A estrutura foi determinante para a realização da visitação técnica, que integra a programação do Amazontech 2025, evento promovido pelo Sebrae em parceria com a UFRR, Embrapa e Faperr.
Ao reunir produtores, estudantes e pesquisadores em torno da inovação e da sustentabilidade, a atividade de campo reafirmou a vocação do Amazontech como espaço de conexão entre ciência e mercado.
