Durante o Inova Amazônia Summit 2025, em meio à inovação verde nos estandes do evento promovido pelo Sebrae Amapá, um espaço cativa pelo colorido, texturas e, principalmente, pelas histórias. É a Jaty Galeria de Arte, idealizada por Sewbert Jaty, um empreendedor roraimense que decidiu unir arte, identidade amazônica e impacto socioambiental em um só modelo de negócio.
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A empresa nasceu em 2022, durante a primeira edição do Inova Amazônia, ainda como uma ideia incubada.
A gente começou vendendo pelo Instagram. Depois conseguimos montar uma loja em container, reaproveitando estrutura descartada, para reforçar nossa pegada sustentável
conta Sewbert.

Desde então, a Jaty não parou de crescer. Hoje, ela está em plena expansão, com uma nova sede em reforma no centro de Boa Vista, batizada de Casa Cruviana, que será uma loja colaborativa, galeria e restaurante.
Mais do que um comércio de peças artesanais, a Jaty Galeria é um elo entre comunidades tradicionais e o mercado contemporâneo. A empresa realiza uma curadoria cuidadosa e respeitosa de peças produzidas por indígenas, quilombolas, ribeirinhos e artistas urbanos. São colares, brincos, camisetas, vestidos e peças exclusivas que carregam, além de beleza, narrativas coletivas.
Nossos produtos são, na maioria, únicos. Trabalhamos com co-criação, com artistas e artesãos que muitas vezes pintam, costuram ou trançam cada peça junto com a gente”, explica. Um dos maiores sucessos recentes da marca são camisetas feitas com 50% de algodão e 50% de garrafas PET recicladas, pintadas à mão por artistas indígenas. “A aceitação tem sido incrível
diz.
Além do cuidado estético e ético, a Jaty aposta em iniciativas sustentáveis inovadoras. As etiquetas de seus produtos, por exemplo, são feitas com papel reciclado e sementes de hortaliças como agrião, cebolinha e até flores. “Mesmo se a pessoa descartar, aquilo vira uma plantinha de novo. É o nosso jeito de dizer que tudo pode florescer”, explica o empreendedor.
A empresa, hoje uma micro com cerca de dez profissionais envolvidos diretamente e rede de colaboradores temporários, já vende para fora de Roraima e se prepara para a exportação. “Estamos passando por treinamentos com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), para enviar nossos produtos para fora do Brasil. Já temos estrutura para escalar, e o Inova Amazônia nos impulsionou muito nesse caminho”, explicou Sewbert.
Na nova sede, eventos culturais também são parte do negócio: lançamentos de livros, oficinas, feiras criativas e até pequenas festas regionais integram a experiência da marca, sempre com foco na economia criativa e sustentável da Amazônia.