Os amantes de café tiveram uma programação especial na última terça-feira (7), com o Seminário Café Conexão, promovido pelo Sebrae em parceria com Macchiato Cafeteria. O evento teve como objetivo discutir as potencialidades de empreender com café em Roraima e difundir conhecimento sobre os cafés especiais.
O seminário contou com a presença de empreendedores e empresários do ramo, pesquisadores em café e entusiastas da bebida. Yule Brasil, gestor do projeto de Turismo do Sebrae Roraima, destacou a importância do evento:
Estamos reunidos aqui na Machiatto para falar sobre o potencial de café que a gente tem em Roraima. Esse projeto surgiu da demanda do projeto de cafeicultura que estamos estruturando do Sebrae e das cafeterias que são atendidas pelo projeto de Turismo e Gastronomia. A ideia é reunir desde os produtores aos empreendedores, que querem aprender mais.
Para agregar valor ao evento, o Sebrae trouxe a Boa Vista a jornalista, barista e 3ª colocada no Campeonato Brasileiro de Baristas, Ju Morgado, de Brasília:
“A ideia é trazer um pouco mais de conhecimento e aprendizado sobre os cafés especiais (…) A qualidade do café ajuda o produtor a vender mais e melhor o produto dele, melhorando a qualidade e chegando lá na ponta, que é o consumidor. Se o consumidor entende que ele pode exigir qualidade e pagar melhor por isso, é bom para toda a cadeia: o produtor, o meio, a cafeteria, todo mundo.”
O evento também marcou o lançamento do Café do Lavrado, 100% produzido em Roraima. Sadi Cordeiro, produtor do Café do Lavrado, falou sobre a importância da iniciativa do Sebrae:
A iniciativa do Sebrae vem ajudar a difundir a atividade da cafeicultura do Estado de Roraima, que é uma atividade iniciante e que tem que despertar o interesse dos produtores para entender que é mais uma cultura de viabilidade para a agricultura familiar (…) Ao mesmo tempo que temos desafios, podemos usar eles como oportunidades. Nós temos características de solo e clima que já estão trazendo um resultado interessante, um diferencial para o café do estado.
Reinaldo Embrozio, pesquisador e entusiasta do café, foi um dos painelistas do evento e comentou sobre a diferença entre o café comum e o café especial:
Café especial foi uma mudança na minha vida. Como todo mundo, eu tomava café extra forte, tradicional, da gôndola do supermercado. Quando finalmente provei um produto especial, eu soube de verdade o que era café (…) Esse café extra forte, que tem um nível de torra muito alto, vem com um gosto de borracha queimada na boca. Tem quem goste, o especial pode ser especial na sua casa, mas tecnicamente falando, o café especial te oferece notas sensoriais, aromas, completamente distintos.
Camila Furlin, empresária do ramo de cafeterias, destacou os benefícios de eventos que difundem informações corretas sobre o café:
“Quanto mais pessoas forem informadas sobre o assunto, melhor para todo mundo. O consumidor vai ficar mais consciente, a gente vai conseguir trabalhar em um ciclo mais virtuoso, do produtor até o consumidor final. É um produto super rentável. Não adianta você trabalhar com um produto super premium e não ter lucro. É consumir mais saúde, mais bem-estar, que a gente consegue oferecer em um produto de maior qualidade.”
Danielly Dubberstein, engenheira agrônoma e doutora na área do café, veio de Rondônia para ministrar um curso em Boa Vista e aproveitou a ocasião para prestigiar o evento do Sebrae. Ela ressaltou a importância de envolver o produtor em todas as etapas do ciclo de produção:
A qualidade começa desde o campo até a pós-colheita, que vai envolver a secagem, a torra, a moagem. Tudo isso influencia muito e a gente precisa conhecer muito bem esses processos para orientar as pessoas para fazerem da melhor maneira possível. O produtor que optar por produzir, trabalhar e vender esse produto já todo processado, ele consegue agregar um valor muito grande e garantir a segurança econômica (…) Infelizmente, hoje a gente bebe muitos cafés, mas a maioria não segue esse ciclo e não sabemos o que estamos bebendo desses cafés, que possuem muitas adulterações.
A proprietária do Macchiato Café, Renata Albuquerque, destacou a parceria com o Sebrae:
“A gente quer trazer justamente isso, a experiência. Mostrando que o café especial é muito diferente daquele café forte, escuro. É a mesma coisa do vinho, temos notas sensoriais, acidez, doçura, para apreciar e degustar (…) O Sebrae está com a gente desde o início. É um parceiro que dá sustentabilidade ao nosso empreendimento e a diversos empreendimentos em Roraima, além de difundir a cultura do café especial.”