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Sebrae Roraima sediou um debate sobre o uso de bioenergia no contexto do projeto da Fundação Rede Amazônica

A temática faz parte da terceira edição do projeto que trata de temas ligados ao desenvolvimento da Amazônia
Por Sebrae/RR
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Sebrae Roraima sediou um debate sobre o uso de bioenergia no contexto do projeto da Fundação Rede Amazônica

Qual a Amazônia que você deseja para os próximos anos? Essa questão permeou o debate “Produção de Bioenergia em Roraima: Exemplos do Presente e Desafios para o Futuro“, realizado na noite desta quinta-feira (25) na sede do Sebrae Roraima. O evento foi organizado pela Fundação Rede Amazônica como parte do programa “Amazônia Que Eu Quero“.

Participaram do encontro representantes do Sebrae Roraima, de instituições públicas e privadas, empresários estudantes interessados na temática, além de integrantes da Rede Amazônica e o deputado estadual Marcos Jorge (Republicanos).

Para falar sobre bioenergia, a energia gerada por material orgânico, seja ele animal ou vegetal, considerada uma fonte limpa, sustentável e renovável, foram convidados quatro painelistas para apresentar as ações e soluções sobre o uso deste tipo de recurso no estado. Antes, os convidados conferiram a exibição de vídeos com exemplos de empresas que utilizam a bioenergia para abastecer as usinas locais, a exemplo dos insumos do dendê.

Há dois anos no estado, a Oxe Energia está localizada na região rural de Boa Vista e utiliza as propriedades da madeira reflorestada para a produção de bioenergia. O CEO Carlos Konopatski explicou que a presença da empresa agregou importância para a sustentabilidade e para a geração de empregos diretos.

Para explicar o que a gente faz, dessa madeira, dessa biomassa, dessa fonte de combustível, a gente corta essa madeira, processa ela na forma de cavacos, juntamos com isso aqui, queimamos essa madeira nas nossas caldeiras, nas usinas, junto com água, geramos o aquecimento do vapor, esse vapor passa nas nossas turbinas e geramos energia elétrica. detalhou Konopatski.

Carlos Konopatski, Engenheiro Civil especialista em Energias Renováveis e CEO da OXE Energia

A atuação do Fórum de Energias Renováveis de Roraima foi defendida pelo representante da instituição, Ciro Campos. Para ele, a utilização de energias limpas, a exemplo da solar, traz mais segurança e a instituição pretende monitorar a atuação das empresas e a evolução da mão de obra.

Portanto, no momento em que a gente tenta melhorar, limpar a nossa matriz energética, a bioenergia seguramente faz parte dessa equação. É importante lembrar que, até pouco tempo atrás, nós tínhamos uma matriz elétrica quase 100% a diesel.recordou Campos.

Ciro Campos, Representante do Fórum de Energias Renováveis de Roraima

Enfatizou que, desde 2019, as fontes de energia em Roraima estão mais diversificadas, com a presença da geração por gás, solar e bioenergia. “O Fórum entende que isso foi uma evolução, mas agora é preciso olharmos mais adiante novamente. O que queremos para os próximos 5 anos? O que esperamos do governo, da Agência Nacional de Energia Elétrica? O que precisa ser feito para aperfeiçoar essas regras, para aumentar a competitividade de todas as fontes?”, questionou.

O crescimento do estado, pontuou o secretário estadual de Atração de Investimentos do Governo, Aluízio Nascimento, depende de energia confiável, e a presença de fontes alternativas é um atrativo para investimentos.

Com a vinda do Linhão [de Tucuruí] para cá, que é realidade, graças a Deus, nós vamos ter a possibilidade não só de receber uma outra alternativa de energia, principalmente hidráulica, que a maioria, basicamente 49% da energia do Brasil é de fonte hidráulica, o que nos trará mais segurança. reafirmou.

Aluízio Nascimento, Secretário Extraordinário de Atração de Investimentos do Governo de Roraima

Em números, nos últimos cinco anos, contou Nascimento, cerca de R$ 5 bilhões foram investidos no estado, mais de 2,3 mil empregos de carteira assinada foram registrados pelas empresas de bioenergia no sul de Roraima, com a redução de mais de um milhão de litros de combustível.

O quarto painelista a apresentar foi o deputado estadual e ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. Ele contou que uma das preocupações do atual governo do estado foi melhorar a atratividade de mais investimentos para o estado.

E nós começamos a estruturar um pacote de medidas econômicas, na época, justamente focado naquilo que é a vocação do estado. Não podemos pensar em estruturar qualquer coisa que não seja aquilo que a população e o estado estejam aptos a fazer. disse o parlamentar.

E complementou: “Toda essa cadeia que foi estruturada aqui, pensada com benefícios diretos, com melhoria do ambiente de negócios, com recomendações mais adequadas, tem trazido esses benefícios como objeto da sua pergunta, que é a geração de emprego e renda”, defendeu Jorge.

Marcos Jorge de Lima, Deputado Estadual por Roraima e Ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

O que dizem as instituições

O Programa Amazônia Que Eu Quero foi criado em 2018 pela Fundação Rede Amazônica para a criação de políticas públicas envolvendo a sociedade e agentes públicos e privados. O Sebrae Roraima apoia e participa ativamente das discussões sobre os eixos temáticos, principalmente quando se trata de sustentabilidade e empreendedorismo.

Todo tipo de evento que envolve sustentabilidade e produção de energia, nós estamos dentro. O Sebrae Roraima apoia esses eventos, como está apoiando este da Fundação Rede Amazônica. Além de darmos consultoria nessa área, também promovemos eventos para disseminar esses conhecimentos. Portanto, a casa sempre está ativa. defendeu o diretor-superintendente em exercício, Almir Sá.

Sá é defensor da diversidade energética no estado, por ser sinônimo de desenvolvimento e riqueza. “Precisamos criar mais formas de energia, por exemplo, o biogás. Temos aqui a usina no nosso Monte Cristo, mas estou falando do biogás, do metano, que vem das fazendas, do gado. É uma coisa nova que ainda não aconteceu, mas vai acontecer. Então, há muita coisa para acontecer no campo da bioenergia e nós estamos dentro desse processo”, garantiu o gestor.

Almir Sá, Diretor Superintendente em exercício do Sebrae/RR

O diretor-geral da Rede Amazônica em Roraima, Joel Gomes, explicou que o Programa Amazônia Que Eu Quero é uma maneira de discutir políticas públicas para a Amazônia, debatidas e discutidas por pessoas conhecedoras da realidade local.

Precisamos provocar todos os que estão aqui hoje, que são quase 30 milhões de pessoas na Amazônia. Cabe a nós tomarmos decisões e não deixar o público externo olhar para a Amazônia e tomar decisões. Tudo o que acontece aqui não pode ser decidido por Brasília, deve ser decidido pelas pessoas que estão aqui. explicou.

Joel Gomes, Diretor-geral da Rede Amazônica em Roraima

Ele também mencionou que as parcerias e as pessoas envolvidas possuem conexão com as temáticas propostas pelo programa.

O Amazônia Que Eu Quero já percorreu vários estados da Região Norte. Segundo a coordenadora Débora Holanda, mais de 100 propostas foram registradas em dois Cadernos de Soluções. Nesta terceira edição, visa-se a consolidação de mais propostas voltadas para a bioeconomia.

Em 2021, a temática foi “Caminhos para a Democracia” e os cinco principais temas foram infraestrutura, energia limpa, empreendedorismo, modelo econômico e florestas. Na segunda edição, o tema foi Educação para Desenvolvedores do IBGE, com os temas principais sendo educação, coletividade e turismo.

Nesta edição intitulada “Amazônia Continental” serão trabalhados dois temas estruturantes: Bioeconomia e Soberania Amazônica.

Decidimos tratar de bioeconomia em todos os estados, porque entendemos que a Amazônia tem dimensões continentais, e assim acontece. Então, cada estado precisa ser olhado com a sua particularidade e tratado de acordo com a sua vocação. explicou Débora.

Desta maneira, cada unidade do Norte definiu sua própria discussão. “Estivemos no Amapá falando sobre a produção de fármacos e a cadeia produtiva do açaí. Estivemos no Pará, falando sobre políticas públicas para a bioeconomia e a cadeia produtiva do cacau. No Amazonas, falando sobre a cadeia produtiva da castanha da Amazônia e também sobre inovações, soluções inovadoras implementadas na prática para as cadeias produtivas. E hoje aqui, falamos sobre bioenergia e a vocação e o potencial enorme que Roraima tem”, esclareceu a coordenadora.

Débora Holanda, Coordenadora do Programa Amazônia Que Eu Quero

Três personalidades locais são embaixadores do programa: a presidente da FIER (Federação das Indústrias de Roraima), vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Roraima e empresária Isabel Itikawa; o reitor da UFRR (Universidade Federal de Roraima), Geraldo Ticianeli; e Luiz Brito, presidente do SINDICON (Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Terraplanagem e Obras de Roraima)

Para Brito, o convite para ser embaixador estimula a fazer mais pela sustentabilidade:

Eu quero, como sempre falei, uma Amazônia sustentável, mas com bastante desenvolvimento, como está acontecendo. Que as coisas sejam graduais, mas com muita responsabilidade. E que tenhamos o cuidado de proteger nossas empresas, nosso negócio, mantendo a economia sustentável de forma eficiente e mais rápida do que antes. finalizou.

Luiz Brito, presidente do SINDICON